24 de abr. de 2018

I Seminário Mulheres que Vivem com Dor- como surgiu.



Imagem de um homem puxando um bloco enorme que esta amarrado com cordas, na frente do bloco escrito a palavra dor em destaque.

No Brasil segundo o Mapa da Dor pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina e Sociedade Brasileira para Estudo da Dor, em entrevista realizada com 919 pessoas em todo região do Brasil.

A região sul é a que mais tem índices de dor crônica, sendo as mulheres a atingirem 60% dos casos, com media de idade 43 anos.

Tenho dor crônica ha 16 anos por conta da lesão medular, em uma intensidade que sempre variou muito, me dando condições de fazer as coisas diariamente e em outros momentos não me permitindo nem sentar na cadeira de rodas.

Mas no ano passado as coisas infelizmente mudaram e permanecem até hoje, depois de viver esta realidade durante todos estes anos, me vi refém desta dor, depois de ver meu pai sofrer 10X mais com dor e eu nada poder fazer, infelizmente a minha dor aumentou em uma intensidade terrível que tem me impedido de hoje fazer muitas coisas, o que eu sempre consegui controlar, hoje já não consigo mais.

Como minha dor é neuro´patica e esta interligada com a depressão, os médicos sempre me orientaram que eu me cuidasse com o stress por ser fator para o ativo da dor.
E foi isso que aconteceu no ano passado com a situação do meu pai.

Posso dizer que sempre fui forte em relação a esta dor, sendo que se eu não falar que eu vivo com ela as pessoas não percebem pois levo a vida com naturalidade, mas as coisas mudaram e hoje é visível o meu sofrimento em relação a ela, ela me limita, me cansa, me deixa triste, me faz percorrer coisas que nunca tinha vivido e sentido, fazendo com que eu mude o rumo de muitas coisas.

Diante desta realidade e do meu sofrimento onde vivo um dia após o outro, resolvi que precisava fazer algo por mim e por outras mulheres que vivem como eu ou pior.

Foi quando lembrei que em uma atividade em 2016 com a Deputada Stela Farias que nos relatou que vivia com dor e que poderíamos fazer algo juntas sobre isso, então fui buscar por seu apoio, e ela na mesma hora topou. Logo depois levei a ideia para o Coletivo e para o Grupo Inclusivass.

Com todo esse total apoio fomos dando inicio a este maravilhoso seminário.

Começamos eu e sua assessora Telassim e logo depois convidamos a amiga Ewelin a se juntar conosco e criar o I Seminário de Mulheres que Vivem Dor, posso dizer que não foi nada fácil pois estamos falando de duas coisas"GÊNERO E DOR", sim um seminário que vai falar só das mulheres que vivem esta realidade sendo nós a termos maior tendencia de dor e diante de minha vivencia e das companheiras.

Nos reunimos e criarmos uma metodologia e muitas ideias iam surgindo, mas para este seminário se tornar realidade teríamos que ter o apoio das pessoas que atuam principalmente na área da saúde, juntas começamos a pensar em pessoas de nosso conhecimento e fomos fazendo contato com uma por uma, passando a ideia de SIM, ser o primeiro seminário que vai falar de dor nas mulheres e por ser uma pauta ainda um pouco desconhecida da sociedade.

Conforme íamos construindo a atividade muitas ideias surgiram que se tivéssemos como fazer um seminário em dois dias pois são muitas as demandas das mulheres que vivem com dor, mas já estamos programando um segundo seminário para trazer outras pautas necessárias.
A dor aguda e crônica atinge muitas mulheres sejam por patologias, violências, físicas, emocionais, questões sociais e culturais é preciso investigar o temos de tratamentos alternativos e disponibilizados pelo SUS.

 Criar legislações que deem conta de criar politicas de atenção a saúde das mulheres que vivem com dor.
Este seminário vem para abrir esta discussão no campo político e da medicina.

Me sinto realizada em poder olhar além da minha vivência e abrir espaços como este.


2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. A dor pode ser invisível para os outros, e terrível para quem a sente. Principalmente para quem tem dor neuropática, ela não mostra sequelas, feridas ou qualquer coisa aparente, não, ela é interna, sofrida e causa muito mal estar, cansaço, insônia, inchaços, tantas coisas que é difícil descrevê-la..

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Agradeço sua mensagem.
Saudações Feministas.

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